Centenário da
Escola Estadual “José Alvim”
Discurso:
Profª Maninha
"Excelentíssimo Senhor
Presidente da Câmara Municipal,
Senhores Vereadores,
Senhor Deputado,
Digníssima Senhora Diretora,
Peço licença para saudar todos os Senhores Professores na pessoa da Professora
Ellen Siqueira,
Minhas Senhoras,
Meus Senhores
Quis a bondade dos colegas
da Escola Estadual “ José Alvim”, o meu querido Grupo Escolar “José Alvim”,
escolher-me, para receber homenagem em nome de todos os professores que por lá
passaram.
Recebo, com muita honra e
emoção, esta homenagem em nome de todos os professores que lecionaram naquela
época, hoje centenária.
19 de setembro de 1905, 19
de setembro de 2005. Já lá se vão 100 anos.
1905! No azul das suas
manhãs, nas ruas estreitas de Atibaia os carros de bois rangiam melodicamente
suas rodas, acordando os sonolentos casarões de taipas, cujas janelas
estremeciam.
Os sinos da Matriz, nos
domingos repicavam chamando para a missa.
Os cavalos amarrados à
porta do velho Santo Rosa, denunciavam a presença dos caboclos na cidade.
Nas ruas estreitas, seus
14.628 habitantes vibravam, nas festas de São João e do Natal, com as
procissões, as congadas e as cavalhadas.
À noite. à luz dos
lampiões de querosene, as serenatas falavam de mágoas de amor, de saudades da
amada, de esperanças e de sonhos.
1905! Nesta cidade,
naquele momento, já não mais vivia o Capitão José Alvim de Campos Bueno, o Nhô
Bim, o grande baluarte da criação do Grupo Escolar; que não pode assistir à
concretização do seu sonho.
Bem por isso, por ato do
Presidente do Estado da época, Jorge Tibiriçá, foi dado seu nome à escola.
No ano seguinte, 1906,
esta Câmara que hoje nos recepciona e homenageia, aprovava a Lei n. 100,
instituindo o ensino obrigatório no Município de Atibaia.
Durante 33 anos ali
lecionei e vivenciei, no dia a dia, todas as alegrias e todas as dificuldades da
Escola.
Nesta hora, sinto desfilar
diante dos meus olhos tantas figuras com quem convivi diariamente, como
diretores, professores, dentistas, secretárias, serventes e alunos, cujos nomes
queridos, se os fosse referir, um a um, levaria a noite inteira e ainda poderia
esquecer algum, tantas e tão queridas foram todas essas pessoas.
O Padre Vieira no Sermão
da Quarta-feira de Cinzas, pregado em Roma, em 1672, nos dizia:
“Olhai para o passado e
para o futuro, e vereis o presente. A razão ou conseqüência é manifesta. Se no
passado se vê o futuro e no futuro se vê o passado, segue-se que no passado e no
futuro se vê o presente, porque o presente é o futuro do passado e o mesmo
presente é o passado do futuro”.
E por isso, como
derradeira lembrança aos alunos, dirigentes e mestres do presente, fica a lição
do passado deixada pelo Capitão José Alvim de Campos Bueno, que soube sonhar e
soube querer, pois os homens se medem pela capacidade de sonhar e de querer, e o
sonho e a esperança temperam a fé.
Feliz do povo que tem
homens dessa têmpera, forjados na fé, iluminados de sonho e de esperança.
Muito obrigada."
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