Raízes
Dia 27/10/2012,
as 12 horas, a família
Pires de Camargo promoveu o, já
tradicional, encontro anual,
reunindo mais dezenas de descendentes.
Veja
fotos
do
evento |
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CONHEÇA A
FAZENDOLA
A história da
FAZENDOLA confunde-se com a fundação da cidade de
Atibaia e com a chegada das famílias de título
PIRES e CAMARGO à São Paulo.
De início
temos que voltar ao ano de 1531, quando em uma das
expedições de Martim Afonso de Souza
aportaram no Brasil, vindos de Portugal, alguns
membros da família PIRES, ricos
mercadores com grande influência política junto à
corte portuguesa e se instalaram em São Paulo e São
Vicente.
Os Pires
receberam, no sistema de capitânias hereditárias,
uma grande área de terra na região correspondente ao
município de Atibaia. Mais ou menos na mesma época
vindos de Sevilha na Espanha, chegaram os não menos
influentes CAMARGO, liderados por
Giuseppe Camargo e desde logo houve uma
acirrada disputa política para se obter liderança
junto à câmara de vereadores de São Paulo e São
Vicente.
Assim começaram
os primeiros conflitos entre as duas famílias,
culminando com o assassinato de um membro dos
Camargo por Alberto Pires que,
supostamente alegou legítima defesa da honra por
envolvimento deste com a sua esposa dentro de sua
propriedade.
Alberto Pires
foi preso e no trajeto de sua escolta policial rumo
à São Paulo acabou sendo decapitado e seu corpo
jogado no mar por um grupo enfurecido dos Camargo
que atacou esta escolta.
Isto iniciou uma
série interminável de mortes de parte a parte que
ficou conhecida como a “Luta dos Pires contra
os Camargo”.
Essa rixa só
terminou com a intervenção de Fernão Dias Pais
Leme em 1640, que por decreto determinou que
houvesse uma série de casamentos entre membros
dessas duas famílias em litígio, surgindo assim a
Família Pires de Camargo.
A cidade de
Atibaia (água boa para se beber em tupi-guarani)
foi fundada em 1667 por Jerônimo de Camargo,
constituindo a primeira parada obrigatória de
descanso e reabastecimento das tropas das entradas e
bandeiras que saiam de São Paulo rumo aos sertões de
Minas Gerais e Mato Grosso. Foi considerada pela OMS
em 1972 como o segundo melhor clima do mundo (sendo
primeiro os Alpes suíços).
As terras
pertencentes à nossa família compreendiam cinco mil
alqueires paulistas, sendo tocada por escravos cujos
feitores eram da família Rosa,
descendentes diretos dos índios que habitavam esta
região. Até os dias de hoje seus descendentes
continuam a morar nessas terras.
Com a abolição da
escravatura, meu avô Francisco Pires de
Camargo ficou encarregado de fazer viagens à
Itália para contratar famílias de colonos que
pudessem trabalhar em nossos cafezais.
Chegamos a ter
cinco milhões de pés de café plantados no conjunto
de fazendas, sendo que o nome FAZENDOLA advém do
fato de ser a menor delas. Na realidade na Fazenda
São Bento, vizinha a esta, encontra-se a mais
antiga sede fundada em 1850.
Atualmente não
pertence mais à família. Outra fazenda igualmente
importante é a PARARANGA (“aranga” significa
o grito das araras) que também pertencia aos
Pires de Camargo.
Destaca-se pela
sua capela construída em 1954 com várias esculturas
de Brecheret sendo, entretanto, o
maior destaque, uma pintura a óleo deste mesmo
artista que ocupa toda uma parede (“Cristo na
Fazenda”).
Essa obra foi
tombada pelo patrimônio histórico constituindo-se
uma raridade por ser uma das poucas pinturas de
Brecheret, um dos mais importantes
escultores brasileiros.
No início do
século passado (em 1922) a nossa família fez uma
doação de um lote de 26 alqueires em que havia uma
queda d’água para construção da Usina Hidrelétrica
(atual Usina da Represa) para gerar energia à cidade
de Atibaia e arredores.
A única condição era que ficaríamos isentos de pagar
pela luz elétrica em nossa fazenda enquanto fosse
proprietário um descendente direto dos Pires
de Camargo.
Isto persiste até
hoje, apesar da usina ter sido desativada e se
tornado um centro turístico de Atibaia.
Desta forma, quem
for à Atibaia poderá notar que vários nomes de suas
ruas são de descendentes dos Pires de Camargo
que, juntamente com outras famílias, notadamente a
de título Alvim constituíram os
primeiros moradores desta cidade.
Olavo Pires de Camargo
Maio/2005 |