A passagem de Calixto por Atibaia –
1911
O famoso pintor brasileiro Benedito Calixto chegou em Atibaia em 26 de março
de 1911, acompanhado da esposa e da filha Pedrina.
A moça sofria de moléstia pulmonar, e vieram em busca do clima serrano da
cidade para tentar a cura.
Foi nessa ocasião que o cônego Kohly, que era o pároco da Matriz, contratou
os serviços do pintor para o altar da Igreja, onde até hoje brilha a linda
obra de São João Baptista batizando o Cristo, no altar mor da Matriz.
Alguns dias depois, o Major Juvenal Alvim, então presidente da Câmara e
abastado cafeicultor, juntamente com Olegário Barreto, rico fazendeiro do
município, contrataram os serviços do pintor para que fizesse uma vista da
cidade, que seria paga cotizando os cidadãos que quisessem colaborar com o
pagamento (a obra, óleo sobre tela, custou 950$000, quase um conto de réis,
e está hoje sob a guarda do Museu Municipal João Baptista Conti).
Em seguida chega à Atibaia Sizenando Calixto, filho do pintor, ficando com a
família no Hotel Central.
Cerca de um mês depois, estava pronta a vista panorâmica, destinada a ficar
numa parede de honra da Câmara Municipal. Neste dia, a obra ficou exposta
para visitação pública na Casa de Câmara e Cadeia.
Dias mais tarde, é colocado com grande pompa no altar da Igreja de São João
Baptista “O Batismo de Jesus”, seguido de missa solene e homenagens ao
pintor, feitas pelo povo, autoridades locais, Banda União da Mocidade e pelo
advogado Aprígio de Toledo.
Calixto agradeceu, dizendo que a filha estava curada e que iria embora, mas
jamais deixaria de amar Atibaia e seu povo hospitaleiro.
Partiram em maio de
1911, no trem da manhã.
A passagem de Calixto por Atibaia foi de grande representatividade para o
patrimônio artístico e cultural da cidade.
Pequena Biografia
Benedito Calixto(1853 – 1927), era natural de Itanhaém. Estudou em Paris,
tendo mestres como Rafaelli, Fleury e Lefreve, mas sempre foi fiel às
paisagens brasileiras.
Sua obra é vasta; em São Paulo pode-se vê-las nas Igrejas da Consolação e
Santa Cecília.
Fonte: “Atibaia no Século XX”- Renato Zanoni
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